segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Here's to 2014!


Bright and glossy | via Tumblr

Muito tempo passou desde o meu último post de opinião. Não que os meus textos não passem de meras opiniões, mas algo direto já faltava às bolinhas do meu blog. Depois de um ano de 2013 tão próspero, como toda a gente me desejou a 31 de dezembro de 2012, faço agora um balanço de todo este ano que tão longo foi, mas que entrou a 100 e está a prestes a sair a duzentos. 

2014 you don't scare me...

Recordo a minha maioridade, que em nada alterou a minha vida, a não ser nas rugas e na responsabilidade cívica de cumprir as normas instituídas (senão cadeia) e o dever democrático de votar. Apesar de serem alterações na minha vida enquanto indivíduo, em nada o meu inútil novo poder de liberdade fez mudar o nosso país para algo "menos pior". É a vida, melhores dias virão. 
Recordo o meu último ano no secundário. Vejo-o lá longe dentro de uma caixa de madeira que até pó deixou crescer. Bons tempos, em que o trabalho atroz que se julgava ter não passava de uma micro amostra do que iria ser a monstruosa Universidade. 
Fizeram-se os exames e o resultado saiu: colocada na Escola Superior de Tecnologias e Saúde de Coimbra, em Fisioterapia, 1ª opção. Um grito no quarto, alguns saltos pela casa e a festa fez-se. Era oficialmente CALOIRA! Marcou definitivamente a minha vida, principalmente os meus joelhos e mãos de tanto de quatro estar. Mas caloiro é burro, caloiro não toca no preto, caloiro não olha os doutores nos olhos, por isso, DURA PRAXIS SED PRAXIS




Coimbra dos amores, dos doutores. Coimbra para a vida. Coimbra dos amigos, Coimbra do negro que me irá vestir. Coimbra dos encantos. 
Levarei comigo sempre esta cidade e tudo o que ela me deu e continuará a dar. Agradeço os amigos e amigas que estou a fazer e espero que muitos deles me levem com eles para a vida, porque eu os levarei comigo. São fases e assim como muitos vão, poucos nos aparecem mas ficam, e no fim temos a colagem que penduramos na parede dos nossos quartos.
Coimbra by Night by ~pauloalexandre on deviantART

2013 foi um bom ano. Muito me trouxe, pouco me tirou. Quem sabe se 2014 não será melhor? Mas se não for, aqui estarei eu para o fazer memorável, porque a vida, ou destino (se é isso que lhe querem chamar), é uma caneta na nossa mão e somos nós que decidimos o que traçar nesta folha branca que nos acompanha. 
haha love him:D:D
Que seja um bom ano. Nem melhor, nem pior. Que seja apenas bom e diferente. 

Inês L.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Dark

Uma lágrima que caiu. Um muro que ruiu. A pele húmida a brilhar, negra se tornou. O olhar escureceu. As crenças desvaneceram. O sentimento estagnou. 
O ser encerrou-se na exatidão de nada ser. Acreditar deixou de ser palavra, era um sonho. O que há depois? A certeza da saudade, da solidão, do nada. 
A sua vida era um quarto sem porta com uma fotografia caída no chão. Uma memória. Uma ideia. Um beijo tardio, antigo, sem cor, sem sabor, sem face. A tristeza era o céu e as lágrimas o seu chão. Não havia mais nada dentro das suas quatro paredes. Triste destino, triste ser. Condenada a uma solidão partilhada com a solidão de outro ser. Todo o seu ser era a saudade da companhia, a saudade do toque, do olhar, do riso, do silêncio comum. 
O tempo passa assim sobre o seu corpo consumido e deixa a marca outra vez, a cada dia que passa. Já nada faz sentido. Já nada tem o seu sentido. Já nada corre sobre o seu rio. O nada em tudo se fez e com o tudo que tem em nada se tornou.    


domingo, 8 de dezembro de 2013

Nada.

Está frio. 
Jazo sozinha num canto. Nua, gelada, branca. A cor foi-se perdendo, assim como a voz. Não tenho forças. Estou presa a algo que não consigo tocar, já veio comigo. Vivo com o frio que me constitui e a fogueira que aquece os outros. Nunca foi capaz de me aconchegar tal fogo. Sou imune a mim própria, ao bem que quero fazer aos outros e assim aqui fico. 
O sol não brilha, a noite não fica, as nuvens carregadas não chovem. Apenas existem nos seus sítios, imaculadas pela função que exercem. Tomara que eu tivesse uma função como elas, ter a cor do sol, o mistério da lua, o brilho das estrelas, a leveza das nuvens, o cheiro da terra molhada. Assim seria vida. 
As pessoas passam e poucas são aquelas que param e me olham como sou. Baixam-se e observam, mas nenhuma se chega. Sou o inverno, o outono, as folhas a cair, a neve a gelar. Sou fruto tardio. Alguém compreende o vento das minhas colinas? As flores secas que nunca chegaram a renascer? Algo queimou a minha primavera e com tudo isso desvaneceu o meu verão. Que saudade. 


sábado, 2 de novembro de 2013

Inveja



Olho para o meu país e não sei se tenho orgulho dele. 
Do alto do leme da nossa nau fomos descendo até nos naufragarmos na cobiça pelo alheio e como uma herança, vamos passando ao próximo a âncora que nos prende ao fundo. Olha-te ao espelho Portugal e vê se te orgulhas das roupas rasgadas que envergas, da fome que te come o corpo, das lágrimas de quem não tem onde viver. Não temos cor, não temos sentimento, não temos abrigo. Vivemos sobre a nuvem do Fado que apenas nos canta o choro negro dos dias que aí vêm. E depois? O que nos traz o dia? 
Olhem para o que nos tornamos Portugueses! Tomara que houvesse um espelho do tamanho da miséria que circunda e se prende aos nossos tornozelos impedindo-nos de avançar. Somos o que fizemos, continuaremos a fazer o que somos. Triste vida. 
Olhasse-mos antes para nós próprios, em vez de tentar procurar nos outros aquilo que somos.


Inês L.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Hoje não somos pessoas.

Hoje não somos pessoas.
Somos feitos de olhares, pensamentos, comentários, risos, grupos, ideais, modas. 
Somos feitos de roupas, de calçado, de acessórios, de cortes de cabeço, de maquilhagem, de cor da pele. 
Somos feitos de sorrisos, de gargalhadas, de abraços, de toques. 
Não somos feitos de carne, nem de ossos, nem de sentimentos. 
Somos feitos de ações. 
Hoje não somos pessoas. 
Somos bonecos de plástico valorizados pelo peso do plástico que envergamos. Não interessa se somos bons, se somos maus, se amamos ou se odiamos, se brincamos ou ficamos sozinhos, se choramos de dor ou se choramos a rir. Não interessa. Interessa a cor do vestido, o brilho do sapato, o peso da jóia, o modelo do telemóvel, o corte de cabelo, o tom do baton, a forma dos óculos, o tamanho da casa, o número de carros. Não interessa a família, os valores, a verdade que temos. Somos apenas bonecos, feitos da imagem, a viver para a imagem. 


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Inês, são horas!

A poucos dias de começar uma nova etapa, passam por mim todas as memórias dos tempos da mudança. Aqui estou, formada, crescida, desenvolvida e independente, a olhar para aquela pequena menina que entrou no Jardim de Infância com os óculos redondos. A estranheza com que enfrentei todos os novos sítios e desafios manteve-se desde o dia em que lá entrei e acompanhar-me-á ao longo dos anos. As cores, os sons, os cheiros, vão-se desvanecendo na memória, mas o sentimento perdura. Quando antes queria ansiosamente crescer, agora penso se não terei crescido demasiado depressa. O medo de perder a inocência, de perder o sorriso, o pensamento livre, vão tomando conta de mim, apesar de se ter cá dentro uma criança sempre a correr e a brincar com a vida. 
Olho para mim e para as borbulhas que foram aparecendo, o corpo que foi crescendo, os centímetros que ganhei, aquilo que conquistei e os amigos que mantive e os que, com o entendimento, fui perdendo. Os verdadeiros foram-me acompanhando, de braço dado, a passo jovial. Os outros foram parando aqui e ali e outros abraçaram. Não me interessa, não me faz falta, nem sequer me preocupa. Os verdadeiros mantém-se e tapam as lacunas que os outros deixaram. Com a idade vão diminuindo, mas o valor vai aumentando, com as devidas cicatrizes que toda a vivência nos proporciona. 
A dias de começar uma nova etapa, não escrevo com saudade do que passou. Escrevo com a curiosidade da menina que começou a aprender, há 15 anos atrás. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Querido diário

São corpos prostrados ao sol que vai queimando em pleno meio dia. Cubro-me com a sombra do chapéu e atrás dos meus óculos escuros vou observando a multidão iluminada para esquecer o vazio que é estar-se só entre todos. A areia cria um formigueiro nos pés e os dedos dançam, ornamentados pelos detritos lapidados. As unhas estão mal pintadas, já lá ia o tempo em que pintar as unhas me fazia sentir mais mulher, mais bonita, mais tua. Mas o tempo passou e a tua ausência foi-me quebrando a vontade… e o verniz. Já não me lembro do cheiro do teu corpo, não me lembro do som da tua voz, nem sequer do sorriso dos teus olhos. Estou velha, consumida e descolorada do tempo… como o verniz destas unhas. Já tenho rugas no corpo, traços que só tu ousaste desenhar, mapas do sentimento trocado em noites que nem o frio soube apagar. Lembro-me do teu rosto, da sensação da tua barba escura a tocar a minha pele, do arrepio, do sol da juventude. Lembro-me da cor dos teus olhos, isso sim. Não ouso esquecer, nem sequer permito que me esqueça. Não quero que os dias te apaguem de mim, não quero que os dias me tirem as memórias, já que não te tenho comigo. À sombra do chapéu vou-me lembrando e o coração vai batendo mais vigoroso, como a onda que vai rebentando aqui à minha frente e as crianças lá tão perto. Lembraste de quando a minha barriga começou a arredondar? Esse teu sorriso rasgado, o abraço em que me envolveste, a alegria com que recebeste o nosso filho… Tínhamos a vida toda estendida à nossa frente, como um tapete de flores de primavera. Ainda hoje penso em como seria a nossa criança se não tivesse ela sido engolida pela ruína da tua perda. Nunca pude vestir-me de branco para ti, nunca senti o frio do anel sobre o dedo e nunca sentirei. Prometera-me a ti e sozinha continuo.

O mar está acalmar. As crianças chapinham os pés na espuma das ondas e os pais ao sol ficam, impávidos, serenos. Os casais enroscam-se em toques libertinos no meio de toda a gente. Não interessa o que dizem, o que vão pensar os donos de todos estes olhares. Agora mostram-se ações, não se mostram sentimentos, sentimentos que eu tive contigo e ainda hoje não consegui ultrapassar. Anos passaram. Anos passaram sobre este corpo saudoso e hoje conto os dias para o fim das energias. Até lá, escrevo para quem nunca lerá, escrevo para a alma que não me cerca, escrevo para a distância que a saudade me impos. Escrevo para ti sabendo que nunca me vais ler.

     


sábado, 20 de julho de 2013

Almanaque de frases feitas para se atualizar o estado do Facebook

Andando por terras de sua excelência, Mark Zuckerberg, e ainda bem que escrevi o nome corretamente, tomei a liberdade de tomar algumas anotações para criar um almanaque de frases feitas, quase como um "Borda D'Água" de obter gostos. Depois de muito procurar entre uma praga de gifs e fotos em biquini, lá fui encontrando aquelas frases que sem se querer se põe e sem se querer já se conhecem de ginjeira. 

"Um irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um irmão". - Benjamin Franklin


"Todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo." - Voltaire

"Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor." - Walt Disney


"Por mais longa que seja a caminhada, o mais importante é dar o primeiro passo." - Vinícius de Moraes


"São precisas muitas lágrimas para saber o preço de um sorriso" 


"Só desiste da luta quem já sabe o sabor da vitória."


"Antes de falares, ouve. Antes de agir, pensa. Antes de criticar, conhece. E antes de desistir, tenta."


"Se o plano A não deu certo, não se preocupe, o alfabeto tem mais 25 letras para você tentar."


"Nunca te aches de mais. Pois tudo o que é de mais sobra. Tudo o que sobra, é resto. E tudo o que são restos vai para o lixo."


"Felicidade é saber aproveitar todos os momentos como se fossem os últimos."


"Palavras bonitas tornam-se feias na boca de pessoas mentirosas."


Podíamos estar aqui o dia todo, a semana toda, o mês, o ano todo, que encontraríamos mais e mais frase para completar o almanaque. Enfim, abençoado seja o Google por dar tanta falsa inteligência a pessoas que não sabem colocar aspas em citações, e mais não digo.

Inês L.







quinta-feira, 18 de julho de 2013

E entretanto...

São fases. 
Tanto quero estar sozinha, como quero estar contigo. Tanto quero desaparecer, como quero estar no topo do mundo. São decisões. Momentos entre duas vírgulas que chegam a mudar aquilo que quero para mim. São nervos. Uma palpitação no peito, uma respiração cortante, um pensamento errado. São vidas. A minha cruzada com a tua e a minha a ser construída na tua. 

São medos.
Não me deixes. Não deixes que o frio toque a minha pele. Não deixes de me sorrir, de me olhar, de me tocar. Não leves de mim o cheiro cravado num canto da minha memória, nem o frio do anel que jaz no meu dedo. Que não se afaste de mim o que algo ousou transpor no meu caminho. São caminhos cruzados, céus em flor, flores que nascem sob o sol, isto que em mim ousou florir. As cores já pintam a folha de papel do meu corpo. As tuas cores, a tua marca, a tua tinta, presa em mim até que deixe de viver. 

São certezas. 
A certeza do olhar, a certeza do viver, a certeza de mais um passo sabendo que atrás de mim caminha a tua sombra. 

Que nunca se apague esse meu sol.
Que nunca se acabe a minha cor.   


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dia.

O dia nasceu. 
Abri os olhos e vi que tudo não era um sonho. O cheiro era real, a imagem era real, a nudez era real. O meu corpo voltara a ser jovem e tu, tu meu amor, estavas de novo com a jovialidade que me fez amar-te pela eternidade. Onde estariam nossos filhos, nossos netos? Onde estariam a nossa vida? Teríamos oportunidade de vivê-la de novo? Ó meu amor, nem um ponto, nem uma vírgula substituiria por outro ponto qualquer. Não me teria calado para deixar de dizer tudo o que te disse. Bom ou mau, trouxe-me aqui, ao início depois de viver o para sempre contigo. Estavas tão calmo, tão sereno, tão lindo sob a luz brilhante que fazia contrastar o teu tom moreno com os lençóis, e assim dormias. Tal como me lembrava de todas as vezes que ficara acordada a ver-te dormir ao meu lado. Que seria tudo aquilo? Já há tanto tempo que saudava a tua presença. Há tanto tempo que chorava por um toque teu. Fora consumida pela saudade de nunca mais te ter e pela doença de não te ver. Só me lembrava do sofrimento, da pele enrugada, da tua alma no olhar dos nossos, dos medicamentos, da dores, do teu sorriso naquela fotografia. E agora estava ali, ali como no princípio. E tudo à minha volta se multiplicava por luz. A minha pele tornara-se macia, o cabelo escuro e o olhar palpitante. Aproximei-me e abracei-te contra mim, e num pequeno estremecer os teus olhos foram tateando a luz até se pousarem em mim. Ó Deus, ó divindade, se não era tudo aquilo que me regia naquele sorriso e naqueles olhos!
Deram-se as mãos, celaram-se os beijos, uniram-se os corpos. Era eu com ele e ele em mim. 

A noite cerrara-se em choro. 
O coração deixou de bater e o corpo consumido estava vazio.
Amanhã era um novo dia.  


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Old memories in a cold box

O silêncio mata a vida
e a vida quebra a voz.
Eu não tenho mais vida
que chegue àquela foz.

As forças caem,
o chão abre e consome
toda a luz que pinta.
O que resta é fome
De algo que ficou lá na vinda.

Tomara que Deus descesse à Terra
e com ele trouxesse
Aquilo que lá ficou antes de eu nascer.
Hoje sou o deveria ser
Mas não tenho o que deveria ter.

As almas que gritam em mim
são demónios com asas e uma auréola a brilhar,
mas ao invés de cantarem,
rasgam-me o corpo em dores que me quebram ao findar,

A cura talvez a encontre
num corpo fora de mim,
pois tudo o que me resta
é um suspiro
e a morte
o fim.

Inês.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sinfonia em Sol menor

Escrever é como criar música. Precisamos de som, melodia, movimento. Começa-se pelos acordes simples da inspiração e o coração trata de ornamentar com o sonho a melodia que ecoa cá dentro. Escrever é como voar. Voa-se para longe, para perto, para o impossível, para a vida daquilo que queríamos sentir. Voa-se para dentro do coração, voa-se para as lágrimas que caem sob o rosto de alguém, voa-se para perto de quem queríamos sentir, voa-se para quem não podemos sentir. Voa-se para tudo menos para nós próprios. Cria-se sempre um outro alguém que sente como nós, pensa como nós, age como nós, mas nunca chega ser quem somos. Ai se todos pudessem criar o voo triunfal da escrita, colocar no papel aquilo que a voz consegue explicar, colocar tudo, a nu, a frio, na cruel cor da verdade. Ai se todos ouvissem a sinfonia que crio, que pinto e repinto, esculpo e volto a esculpir no meu pedaço de mundo, nesta folha branca. Escrever é gritar a plenos pulmões sem nunca se ouvir. É viver em todo o sítio e ao mesmo tempo em sítio algum. Não sinto mais que vocês. Não sofro mais que vocês. Não tenho nada de me distinga. Tenho é esta sede insaciável em querer dizer aquilo para que o corpo não chega, aquilo que o pensamento não deixa transpor dos meus muros. Escrever é ser só com todos os que criamos. Eu e os meus fragmentos, pintados para me acompanhar. Mais vale ser sozinha com eles do que se estar só e não se ouvir vida cá dentro.




Inês.   



terça-feira, 21 de maio de 2013

Wish you were here


Quero as fotos daquele sítio, quero as memórias do cheiro, a melodia do vento, o sorriso nas faces deles, o calor do abraço marcado no papel. Quero a memória da felicidade que tínhamos, o choro da saudade pregada no coração. Que saudade de vós, meu sorriso, minha respiração, meu choro de presença vazia. Que saudades de não ter o peso dos olhos, o peso nas palavras, o peso da nostalgia de todos esses momentos. Como vos amo! E a saudade que por vos trago faz-me amar-vos ainda mais. Que saudade esta.



The old gold days of music






domingo, 12 de maio de 2013

Ser ao contrário.


E se eu não for mais nós? Se não for mais a mão que seguras quando olhas para mim com esses olhos que me atravessam por completo? Se não for mais o sorriso que queres e pedes para ver, se não for a sombra que te tapa o sol no verão? Se não for mais a almofada dessa cama remexida? Se não for o lençol quando está frio? Se não o toque para acordar, a voz para sonhar, o beijo para amar? Se não for mais a distância que nos encurta o horizonte mas estende o coração até ao outro lado do mundo? Se não for mais o batom nos teus lábios que tiras sem hesitar? Se não for mais o suor partilhado na entrega? Se não for mais o brilho do colar que me deste para mostrar o decote? Se não for mais a dança que dançamos sempre juntos, cabeça no teu ombro, bater ao ritmo da batida que vai movendo os corpos? Se não for mais o vestido que me cobre no baile? Se não for mais o teu sapato de Cinderela, perdido no meio dessa tua escadaria? Se não for mais a letra do teu nome, a cor dos olhos, o rosado dos teus lábios? Se não for mais o nosso olhar? Se não for mais a tua lágrima quando da saudade te vais lembrando? Se não for o seguimento do teu rasto na areia da praia? Se não for mais o céu para onde olhas e vês a Lua, tão branca, tão longe? Se não for a tua noite, o teu dia, o teu nascer do sol, o teu crepúsculo dourado a iluminar a janela? Se não for o rubor da tua cara? A vergonha do gesto, a timidez da máscara? E se não for mais eu e tu?

Seria ser sem ser alguém.



terça-feira, 30 de abril de 2013

Sol, onde andas tu?

Depois de dias inteiros sem ter um pingo de inspiração, cá me caiu um na testa, finalmente e iluminou-me as ideias. Luz rara no meio de tanta nuvem a tentar roubar-nos o sol. Tristeza destes todos que tentam trocar as camisolas de gola pelas t-shirts não há meio de o conseguirem. Tristeza minha porque sem sol não há vida e sem sol não há inspiração. Pelo menos é isto que a minha casa gasta. Mas bem, viva a tudo o que me fez voltar aqui! 
Estou numa de vos deixar aqui aquelas coisas interessantes que eu gosto de ouvir. Não obrigo ninguém a gostar, como é óbvio, cada um é livre e livre será na sua condição de submissão democrática, mas cada um sabe de si e sobre essas coisas não me manifesto.
Mas vamos ao que me trouxe cá. 
Yann Tiersen. É um músico de vanguarda, multiinstrumentista e compositor francês de origem judaica. É reconhecido por ter composto a banda sonora para filmes como O fabuloso destino de Amélie Poulain e Good Bye, Lenin!. Em 2010 compôs e lançou o seu 16º disco e nesse CD podemos encontrar uma música que tem pelo nome Fuck Me. É uma música que tem um título sexual mas que tem uma letra que fala de amor e da necessidade da entrega para a relação não cair no esquecimento e na rotina. Bom instrumental, melodia simples, mas que fica no ouvido. 


Cuidadinho com o que fazem e bom feriado gente!

Inês.


quinta-feira, 28 de março de 2013

Ó Martchelo, que é como quem diz Ó Marcelo

Hoje apeteceu-me trazer uma música de uma artista muito peculiar. Tem um estilo muito próprio, mas que pode andar nas mesmas linhas de Fiona Apple, embora um pouco mais jovial e colorido. Oh Marcello, é a canção presente no álbum What We Saw From The Cheaps Seats de 2012, da cantora e compositora Regina Spektor. Nascida em Moscovo e radicada em Nova Iorque, Spektor já editou 6 álbuns de originais.

Oh Marcello!


Inês. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Encontrei pelo menos duas razões para escrever este post

Hoje dá-me para músicas que me transmitem sentimentos concretos sempre que as ouço. Traz sempre aquele arrepio envergonhado à espinha e uma lágrima que espreita no canto do olho. 
Quem já não viu o filme V for Vendetta pelo menos uma vez e se deixou contagiar pela banda sonora? Trago-vos uma música simplesmente bela em toda a simplicidade que é tocada e cantada. Cat Power dá voz à cover da música escrita por Lou Reed para a banda Velvet Underground, música que se pode ouvir no álbum Loaded de 1970. A versão de Cat Power data o ano de 2000, no álbum The Covers Record, e  fez parte de filmes como V for Vendetta, Saving Face e  Dandelion.


E a versão original.

Inês.




terça-feira, 26 de março de 2013

De volta aos clássicos

Andando de volta das gavetas lá se encontram coisas que valem a pena voltar a ouvir. Que saudades de Nina Simone. "I put a spell on you", diz ela. E a verdade é que acalma o espírito e o corpo de uma maneira quase inexplicável. Música quente e sedutora escrita e cantada por Screamin' Jay Hawkins em 1956. Mas foi a versão de Nina Simone, em 1965, que imortalizou a canção. Mais perfeito não poderia ser.


Saltando de estilo e de artista, os não menos maravilhosos Supertramp acabaram por aparecer também numa música suave e simples, mas tão cativante e primaveril. Só é pena a chuva que esconde o sol de março. "Hide In Your Shell" , presente no albúm Crime of the Century de 1974 é a música que deixo. 


Inês. 



    

segunda-feira, 25 de março de 2013

A lion (of music) was born and I'm very grateful!

No meio das amêndoas inexistentes e dos livros, e das palavras para corrigir, lá surge um tempinho para novas descobertas musicais. Descobertas pelo menos para mim. Bem, foi num desses tempos que me apareceu Tom Klose. Um alemão que em inglês vai cantando as suas composições e as suas covers deixando-as no seu canal no Tom Klose - Youtube. E que belas que elas são!...  
Aqui fica um cheirinho, na esperança de despontar uma curiosidade desse lado. Do próprio - Born A Lion.    


Inês.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Coisas que nem lembram ao Diabo

Depois de quase levar as mãos à cabeça com o os horrores académicos imprimidos nas páginas de testes intermédios, finalmente a minha mente tem descanso e o pensamento se organiza para uma parvoíce ou duas. Durante este tempo todo de embate em livros e isolamento em casa fez-me olhar o mundo com outros olhos: mais cansados e impacientes, porque, de resto, a miopia e os óculos resistem a qualquer intempérie.
Apetece-me então fazer constatações que muitos já podem ter feito, mas com a crise de assuntos (diferentes de economia e política) que para aí anda, eu, como boa portuguesa que sou, arrisco-me a dizer que a culpa não é minha. 
Vamos então relembrar acontecimentos passados.
O Benfica ganhou, viva!
Mas se pensam que venho pregar acerca do fraco jogo que ontem decorreu, muito enganados vocês, minhas belas criaturas, se encontram. Venho falar de apêndices de jogos de futebol, que é como quem diz "Coisas que acontecem em todos os jogos de futebol que envolvam qualquer equipa portuguesa".
Quem já não foi ver um jogo de futebol a um café repleto de senhores de meia idade, mais ou menos barrigudos, quase todos de bigode, hum? Sim, eu sei, esta é a descrição de metade dos machos tugas (por isso mesmo). 
São estas situações que nos fazem constatar a burrice geral por parte deste grupo-tipo: 
- falam todos alto;
- chamam nomes a todos os que passam à frente do ecrã e aos que estão dentro do ecrã. 
Ok, até agora não digo nada de novo. Mas o que quero realmente frisar, é o facto de haver uma espécie de luta interna para saber qual o mais burro, que para eles "é o mais inteligente". Grita um, grita o outro mais alto. Manda à  m**** o árbitro um, mando o outro três vezes. E assim andam até ao fim do jogo, numa luta quase de crianças, para ver quem é o Rei da Manada. E mais não tenho de dizer.


Enquanto que esta faixa etária emborca líquidos para a competição da barriga mais inchada, os moços competem para os pulmões mais inchados.
Com que então suster a respiração para parecerem mais musculados, quando todo o mundo sabe que são trinca espinhas? Hum... não tenho nada contra, mas mesmo assim, a estupidez inerente a estas coisas ultrapassam o primeiro caso. De que vale uma foto de boneco insuflado se quando se vai a ver na realidade o boneco foi furado por uma agulha, deixando só a barriga colada às costas? 
Mascote de pneus Michelan já temos, por isso, a minha inteligência não me serve para entender qual é objetivo, mas a sério...

E para desanuviar deste post de prender a respiração (e vou com os meus trocadilhos em alta), deixo-vos com a querida e amorosa Lianne La Havas, britânica, que editou o álbum "Is Your Love Big Enough" em 2011. Um dos singles é a música "Age". Para ouvir e "re-ouvir" pelas eternidades.


E, já agora, obrigada por passares o olho no meu canto.

   

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

X&Y

Quando o som solta o movimento e a alma se desprende num fio de luz pela folha inacabada do papel escuro pelo tempo, eu sou feliz. Quando os dedos dançam e as palavras se constroem em castelos no topo da montanha da minha inspiração, eu sou feliz. Quando as ideias fluem do meu pensamento que caminha montanha abaixo, ao longo das margens da minha vida, eu sou feliz. O som sublime que me aquece o corpo e abraça-me a alma vai tocando no eco do vazio da folha e as palavras nascem como nasci eu, nuas e inocentes, dispostas a pintar a realidade do muro que me vai acompanhando pelo caminho até à cadeira do meu descanso. E a energia se eleva como uma montanha russa de sentimentos que me seguram os braços e beijam as mãos para não parar, nem pousar a caneta, a minha fiel caneta, brilhante, peculiar, independente. E a nota toca a alma, e um livro se abre com bonitas imagens que uma parte de mim pinta, trancada num quarto branco, sentada numa mesa, presa, amarrada a uma cadeira velha de madeira clara e forte. Não pinta sempre ela, não. Nem a mão delicada da nota me afaga os cabelos num colo de conforto. Tomara que me deixassem no seu calor puro e me deixassem viver nas histórias que aquela parte de mim vai pintando lá no segredo do seu quarto sem porta, lá no seu bloco de finas e brancas folhas de uma seda especial. Mas o som acaba, e as palavras se extinguem como a chama da vela que vai ardendo sem parar. É hora da melodia pousar a cabeça e dormir e eu fechar os olhos e com a minha história sonhar. 








terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Deixem-me


Deixem-me ir! Deixem-me chorar as lágrimas que quero. Deixem-me manchar o vestido que me aperta o peito. Deixem-me soluçar, deixem-me sonhar com ilusões que em tempos foram verdades. Deixem-me ir, correr até as pernas começarem a falhar e os pés deixarem de pisar a terra. Deixem-me cair, magoar-me, sangrar lentamente, em dores terríficas, que me vão cortando a razão, em dores agonizantes, que me consumem a sanidade. Deixem-me sangrar, esvaziar-me. Deixem que o nada me absorva e preencha as lacunas do meu corpo. Deixem-me ir, por favor. Deixem o rio correr para a foz e beijar o mar. Deixem a neve moldar a paisagem e derreter no horizonte quando o sol se levanta. Deixem que a lua brilhe no céu e as estrelas salpiquem a escuridão. Deixem que as ondas enrolem e batam na areia quente, dourada, que os meus pés um dia calcaram. Deixem que o fogo arda, queime, consuma os corpos, consuma a vida morta que vai sucumbindo. Deixem-me ir com o vento, voar com ele, cantar com ele, dançar nele. Sentir o cabelo voar com a brisa e o corpo arrefecer ao fim do dia. Deixem-me ir. Deixem, deixem a vida, deixem a vida correr lá no longe que os olhos não veem, que se perde na linha ténue do horizonte desenhado. Deixem-me…



domingo, 27 de janeiro de 2013

A Fotografia

A dor fria da solidão aperta. Contraia-lhe o peito numa explosão de pensamentos vazios, mortos. As paredes à volta apenas erguiam quadros que alguém pintou há muito e esqueceu, e o pó vai cobrindo as linhas de um rosto de alguém que por lá passou. E ela, sentada num dos cantos da sala, ia absorvendo o cheiro a podridão que se vai impregnando nas suas roupas e tingindo a pele arrepiada num tom sujo, velho, esquecido. Imaginava todas as pessoas que se tinham escondido ali e deixado cair todas as memórias nas lágrimas que iam pintando a madeira, húmida, debaixo do seu corpo pesado. Cada lágrima que caia era um estrondo que abalava o corpo e remexia-lhe o cérebro em dores profundas e cortantes. E o coração batia passivo por algo que o fizesse deixar de bater e deixasse descansar o corpo atormentado pelos fantasmas de uma vida que nunca chegou a viver. Corpos esvoaçantes, vazios, que lhe iam consumindo o resto de sanidade que lhe restava em alucinações febris. O seu corpo transpirava num suor frio que lhe ia arrepiando a pele enegrecida. E os quadros velhos olhavam para ela como se nela vissem a sua própria vida e vertiam a poeira num fluído viscoso que ia escorrendo pela parede e marcando a parede em linhas retas. E as grades começaram a tomar forma, cada linha, cada traço, cada tom daquela tinta maldita iam prendendo a vida naquela sala escura. Em pé se colocou e correu para a porta, que se fechava iminentemente à sua frente trancando a liberdade ameaçada lá fora. Não!, gritava ela em sons agudos e aterrorizados. Não! Não! Não!
A brisa soprada da noite arrefecia-lhe o corpo quente e transpirado. Os seus olhos abriram, o peito dilatou e o corpo saltou da sua posição num movimento rápido e ela estava agora sentada. O ar fresco beijava-lhe a pele em suaves carícias e os pulmões enchiam-se, puros, e o coração acalmava. Os olhos agora despertos choravam, compulsivos, todas as lágrimas que nunca tivera coragem de chorar, por medo da solidão que lhe construíra o mundo em que se deitava e dormia. E os lençóis que a envolviam absorviam o desespero que iam escorrendo pelo seu rosto. Que saudades de tudo, de tudo onde tinha vivido, onde tinha aprendido a viver! Tornou a deitar-se e voltou-se para a janela aberta. As cortinas brancas esvoaçavam envoltas na brisa, e embalava-a de novo na frescura da noite. E a fotografia olhava-a ao longe, saudosa, quente, tentadora. Ela na coberta pela noite escura e a foto, toda ela luz. Se o paraíso fosse lá, que tudo acabasse e o seu corpo libertasse a alma ansiosa por voar! Que as lágrimas lhe corroessem a cara, que a dor lhe quebrasse os ossos, que o vazio a seca-se, mas que tudo para aquele pedaço de vida acabasse e ela entrasse na fotografia, que abraça-se o corpo que a saúda sorridente, que dormisse nos seus braços, que fosse feliz, mas que não vivesse. Que a sua a vida fosse a morte menos dolorosa que a realidade. Que terminar em nada fosse aquele grande tudo.





sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Quero uma ilha

Quero uma ilha. Uma ilha longe, circundada pelo mar transparente, refletindo o céu azul, todo ele pintado de azul, sem que uma única sombreasse a paisagem. Queria o sol a transbordar sobre mim, a alma pacífica, com apenas a luz para pensar. Queria o verde pintado o tapete de vida que se estende pela minha imagem. Quero a sombra de uma palmeira, multiplicada em avenidas de sombra e a frescura pacífica da solidão do dia de sol. Quero a areia a enterrar os pés e sentir o calor que emanam a entrar pelo corpo dentro e a aquecerem-no, a aquecerem o branco de neve que ainda me cobre no inverno do meu corpo. Tenho frio, quero sol. As lágrimas da chuva estrondosa ainda caem sobre o meu rosto. A roupa escura ainda me tinge o pensamento de uma escuridão moribunda. O coração bate e o corpo parece explodir num motim de sensações que me querem consumir. Quero uma ilha. Quero uma ilha em que não me lembre do que fui, do que tenho, do que vi, do que amei. Quero paz, quero a solidão saudável de quem quer sentir a sua presença, só. Quero os pássaros a cantarem para mim como uma melodia fundamental da natureza, como parte dela. Quero um mundo meu. Só meu. Quero sair do inverno. Quero a luz que faça derreter o frio que me esculpiu, quero a água derretida do meu corpo em flor, naquela ilha. Quero a leveza esvoaçante deixando o meu pensamento pesado flutuar na água daquele mar límpido que me rodeia. Quero a vida em elemento, quero um sopro das palavras que me fazem sorrir, quero uma melodia que me encha o coração daquela cor com que me pintas. Quero o mundo isolado no teu sorriso, no teu mundo, na tua ilha.





quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Consultório Sentimental (gratuito): Das 18h às 22h30


Depois de temporais, Pepas a quererem malas girérrimas, daquelas pretas, clássicas… da Chanel, e outros fenómenos dignos de 1560578 notícias, imagens e afins, volto aos posts. Foi um fim de semana digno de um reality show da TVI sobre sobrevivência em ambientes hostis, como é o caso da nossa casa sem água, luz e rede, e televisão e Internet e tudo isso que torna o mundo normal. Verdade seja dita, falta-nos parte do essencial e ficamos paranoicos a pensar que é desta que o mundo acaba. Mas o que se deve louvar não é primeiramente a rapidez dos técnicos da EDP, mas sim o facto de não ter havido feridos com tantas árvores a cair, árvores centenárias, grandes, monstruosas, que em minutos cederam aos 140 km/h de vento que as fez cair pela raiz. Impressionante.
Entretanto eu, esperançosa que algo mudasse com o temporal nas grandes redes sociais, fui criando a ilusão de que, por alguns dias, deixaria de ver no Twitter as lamentações de adolescentes irritadas para com a paixão. Exclamam e interrogam, em frases sentidas, porque ele não lhes fala, porque só se lembra delas de mês a mês, e que estão muito mal, desesperadas. Sim, minha gente, o Twitter passou ao muro das lamentações de teenagers em fúria, todas elas em fúria, preocupadas com o SWAG e que YOLO, e que sigam à risca as linhas da moda, para que, no próximo mês, o rapaz note que elas afinal e finalmente mudaram de Vans, e que lhes diga de novo que são lindas e maravilhosas. Sempre são dias menos deprimentes.

Enquanto o Twitter não abre o consultório sentimental desta quarta feira, apresento-vos, caso não conheçam, The Grates. Já que tenho tempo…
Estes amorosos são formam uma banda australiana, em ação desde 2002. Já lançaram 3 álbuns e é no terceiro, Secret Rituals, que se pode encontrar “Turn Me On”, a música que vos deixo. É de salientar o fantástico vídeo clip que acompanha a música. 



Agora, se não se importam vou ver qual o preço da mala giríssima daquelas clássicas da Chanel que quero comprar com o meu dinheiro. Vai ser uma conquista pessoal do caraças, tipo alívio!


And God blesses you all!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O verão do meu céu


Se todas as melodias fossem como esse sorriso, toda a música seria um toque de um corpo de notas em êxtase. E o céu envolto na neblina, abriria os olhos sorriria também para ti, num divino cumprimento pintado em luz esplendente do dia em flor. E eu, cá em baixo, nada mais posso fazer que ouvir o quadro dessa melodia que me vai aquecendo o corpo coberto de tanta neve. E choro ao mesmo tempo que as lágrimas da chuva vão caindo sobre mim. Choro por querer tocar nessa luz que me ilumina cá em baixo. Olho em meu redor e vejo o campo em primavera, como um arco-íris que vai tapetando todo o horizonte, e lá nesse azul celestial vais sorrindo convidando-me a subir. Levanto o braço, estico o meu corpo em pontas dos pés, mas tudo foge. Apenas o vento me abraça o corpo saudoso. E olho o céu de novo e lá estás tu, envolto no verão do teu corpo. E corro, corro em direção ao sol, em direção a uma esperança que me veja e aconchegue numa viagem até ti, mas tudo me faz tropeçar e cair em abismos que me abraçam a queda com o rio fluente que me vai levando para onde a corrente me quer. E sorris lá ao longe, cada vez mais longe, cada vez mais distante e o frio enrijece os ossos numa gélida tristeza que vai consumindo a cor do sol, a minha cor. E a primavera desvanece para um inverno sem cor, sem som, céu ou sol. Tudo é uma paisagem pintada por preto e branco. E o rio vai correndo mais devagar, mais frio, e os olhos vão fechando até tudo se consumir pelo vazio de um olhar que dorme mas não sonha. Sinto-me ora pesada, ora numa leveza que me faz cair como uma folha de papel que dança abraçada à brisa selvagem até cair nos braços do chão reconfortante. O frio parece derreter para um calor que vai molhando o corpo e uma luz atravessa os olhos e ilumina o coração fazendo-me abrir os olhos em flor, e lá estás tu, tão perto, tão quente, e a melodia é trazida pelo vento que faz esvoaçar o teu cabelo, e eu olho o céu e tudo é luz nos teus braços. E levanto-me, segurando-me à tua mão, e olho em redor. O mar canta esparzindo o seu aroma pelo ar, o sol beija a sua testa enquanto o céu se vai vestindo de laranja explosivo. Olho para ti. Ouves o ambiente e fechas os olhos inclinando a cabeça para trás para que a maresia te envolva. A tua mão continua na minha, e tudo parece, por fim, ter sentido. 



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

We built this city on Rock N' Roll!


Oh maravilha de música que nos liberta destas indisposições que temos um dia por semana. Em vez de partir pratos, amaldiçoar uma besta ou duas, espetar agulhas em bonecas de vudu, desaparecer, ou até mesmo beber Coca-Cola fingindo que ela tem um poder alcoólico qualquer, estou numa de ouvir Rock e hits dos anos 70 e abanar a cabeça, ou o capacete, como preferirem.
Nada de escrever textos sentimentais com os sentimentos descritos como se pintássemos uma folha. Nada disso. Hoje é mexer o corpo ao sabor do ritmo e agradecer a pessoas abençoadas por qualquer coisa divinal por terem criado os AC/DC, os Led Zeppelin, os Guns N’ Roses, e por aí adiante. Está a ser uma terapia bem melhor que o psicólogo e bem mais barata e livre de impostos de qualquer coisa. Hoje em dia já nem sei se posso dizer se alguma coisa está livre de uma taxa de roubo, por parte do governo. Qualquer dia teremos de pagar imposto por calcar cada pedra da calçada… Não se admirem. 


Agora se não se importam, vou encher o copo com Coca-Cola.



And God blesses you all!