quinta-feira, 30 de maio de 2013
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Old memories in a cold box
O silêncio mata a vida
e a vida quebra a voz.
Eu não tenho mais vida
que chegue àquela foz.
As forças caem,
o chão abre e consome
toda a luz que pinta.
O que resta é fome
De algo que ficou lá na vinda.
Tomara que Deus descesse à Terra
e com ele trouxesse
Aquilo que lá ficou antes de eu nascer.
Hoje sou o deveria ser
Mas não tenho o que deveria ter.
As almas que gritam em mim
são demónios com asas e uma auréola a brilhar,
mas ao invés de cantarem,
rasgam-me o corpo em dores que me quebram ao findar,
A cura talvez a encontre
num corpo fora de mim,
pois tudo o que me resta
é um suspiro
e a morte
o fim.
Inês.
e a vida quebra a voz.
Eu não tenho mais vida
que chegue àquela foz.
As forças caem,
o chão abre e consome
toda a luz que pinta.
O que resta é fome
De algo que ficou lá na vinda.
Tomara que Deus descesse à Terra
e com ele trouxesse
Aquilo que lá ficou antes de eu nascer.
Hoje sou o deveria ser
Mas não tenho o que deveria ter.
As almas que gritam em mim
são demónios com asas e uma auréola a brilhar,
mas ao invés de cantarem,
rasgam-me o corpo em dores que me quebram ao findar,
A cura talvez a encontre
num corpo fora de mim,
pois tudo o que me resta
é um suspiro
e a morte
o fim.
sexta-feira, 24 de maio de 2013
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Sinfonia em Sol menor
Escrever é como criar música. Precisamos
de som, melodia, movimento. Começa-se pelos acordes simples da inspiração e o
coração trata de ornamentar com o sonho a melodia que ecoa cá dentro. Escrever
é como voar. Voa-se para longe, para perto, para o impossível, para a vida
daquilo que queríamos sentir. Voa-se para dentro do coração, voa-se para as lágrimas
que caem sob o rosto de alguém, voa-se para perto de quem queríamos sentir,
voa-se para quem não podemos sentir. Voa-se para tudo menos para nós próprios.
Cria-se sempre um outro alguém que sente como nós, pensa como nós, age como
nós, mas nunca chega ser quem somos. Ai se todos pudessem criar o voo triunfal
da escrita, colocar no papel aquilo que a voz consegue explicar, colocar tudo,
a nu, a frio, na cruel cor da verdade. Ai se todos ouvissem a sinfonia que
crio, que pinto e repinto, esculpo e volto a esculpir no meu pedaço de mundo,
nesta folha branca. Escrever é gritar a plenos pulmões sem nunca se ouvir. É
viver em todo o sítio e ao mesmo tempo em sítio algum. Não sinto mais que vocês.
Não sofro mais que vocês. Não tenho nada de me distinga. Tenho é esta sede
insaciável em querer dizer aquilo para que o corpo não chega, aquilo que o
pensamento não deixa transpor dos meus muros. Escrever é ser só com todos os
que criamos. Eu e os meus fragmentos, pintados para me acompanhar. Mais vale
ser sozinha com eles do que se estar só e não se ouvir vida cá dentro.
Inês.
Inês.
terça-feira, 21 de maio de 2013
Wish you were here
Quero as fotos daquele sítio,
quero as memórias do cheiro, a melodia do vento, o sorriso nas faces deles, o calor
do abraço marcado no papel. Quero a memória da felicidade que tínhamos, o choro
da saudade pregada no coração. Que saudade de vós, meu sorriso, minha
respiração, meu choro de presença vazia. Que saudades de não ter o peso dos
olhos, o peso nas palavras, o peso da nostalgia de todos esses momentos. Como
vos amo! E a saudade que por vos trago faz-me amar-vos ainda mais. Que saudade
esta.
domingo, 12 de maio de 2013
Ser ao contrário.
E se eu não for mais nós? Se não
for mais a mão que seguras quando olhas para mim com esses olhos que me
atravessam por completo? Se não for mais o sorriso que queres e pedes para ver,
se não for a sombra que te tapa o sol no verão? Se não for mais a almofada
dessa cama remexida? Se não for o lençol quando está frio? Se não o toque para
acordar, a voz para sonhar, o beijo para amar? Se não for mais a distância que
nos encurta o horizonte mas estende o coração até ao outro lado do mundo? Se
não for mais o batom nos teus lábios que tiras sem hesitar? Se não for mais o
suor partilhado na entrega? Se não for mais o brilho do colar que me deste para
mostrar o decote? Se não for mais a dança que dançamos sempre juntos, cabeça no
teu ombro, bater ao ritmo da batida que vai movendo os corpos? Se não for mais
o vestido que me cobre no baile? Se não for mais o teu sapato de Cinderela,
perdido no meio dessa tua escadaria? Se não for mais a letra do teu nome, a cor
dos olhos, o rosado dos teus lábios? Se não for mais o nosso olhar? Se não for
mais a tua lágrima quando da saudade te vais lembrando? Se não for o seguimento
do teu rasto na areia da praia? Se não for mais o céu para onde olhas e vês a
Lua, tão branca, tão longe? Se não for a tua noite, o teu dia, o teu nascer do
sol, o teu crepúsculo dourado a iluminar a janela? Se não for o rubor da tua
cara? A vergonha do gesto, a timidez da máscara? E se não for mais eu e tu?
Seria ser sem ser alguém.
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